No momento em que era realizado o I Painel de palestras da programação matutina, já haviam 652 inscritos no evento. A programação, que conta hoje com a realização da Feira Pé di Guavira, continua no período vespertino e amanhã (1°) na Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), especificamente no Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer).
O deputado Renato Câmara (MDB), vice-presidente da ALEMS, presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e autor da Lei 5.082/2017, que declarou a guavira como fruto símbolo de Mato Grosso do Sul, falou sobre a importância de debater o assunto. "A Assembleia Legislativa tem esse viés de participar em várias ações de nossa sociedade e participar de debates que precisam ser avançados. Para a gente dar o protagonismo nesse tema, criamos uma uma lei que tornou a guavira fruto-símbolo de Mato Grosso do Sul. De lá para cá, muitos pesquisadores perceberam esse tema como transformador também do Meio Ambiente. É a biodiversidade e tantos outros assuntos que são debatidos na Casa de Leis por resultados em benefício de todos", explicou.
"Biodiversidade e geração de renda: caminhos para um futuro verde" é o tema deste ano. Sobre isso, o deputado Renato Câmara reitera o principal valor da guavira. "O seminário discute vários pontos, a guavira nada mais é que uma representação da biodiversidade de nosso Estado, um caminho a ser trilhado, pois nós somos mais de 60 mil produtores familiares, tratamos a guavira com o fruto-símbolo, mas ela vem trazendo um caminho para outras plantas, como o cumaru, a guariroba e tantas outras. Essa discussão é foco no seminário e tem melhorado, com a participação das universidades e trabalhos na Cepaer. Esse é um seminário que tem trazido luz a um tema atual, a uma agenda ecológica que precisa ser trilhada", considerou o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALEMS.
O primeiro painel trouxe duas palestras, o farmacêutico industrial Rodrigo Heeman detalhou o Projeto Gabiroba, realizado em Irati, no Paraná (PR). "Eu e minha esposa trabalhamos com extratos vegetais para cosméticos e alimentos, e também alimentos nas formas líquidas, orgânicas e em pó, extraídos das plantas e desenvolvemos a empresa 'Heide'. Entre os produtos desenvolvidos antes da pesquisa com a gabiroba, conseguimos fazer um produto a base de roma e barbatimão que era contra o coronavírus, uma máscara. A pesquisa com a gabiroba começou em 2021, ela é nativa da Mata Atlântica, pode ser utilizada em alimentos, bebidas, tem flavonóides, vitamina C, pode fomentar a agricultura familiar. Picolé e suco estão entre os produtos finais", disse.
Rodrigo Borghezan montou a "Cerrado em Pé", como foco inicial da polpa e geléia de guavira. "Sentimos prazer e alegria em trabalhar com esse gênero de frutas. Desde 2022, sou biólogo, professor de escola pública, e ao longo do meu trabalho com horta e permacultura desenvolvendo hibiscos, percebi que a terra é abundante. É necessário viabilizar de forma sustentável a comercialização dos produtos do cerrado em escala industrial, trazendo benefícios para biodiversidade e cadeia produtiva", destacou.
Washington Willeman de Souza, diretor-presidente da Agraer, agradeceu a todos. "Uma satisfação recebê-los aqui. Faço um agradecimento especial à Assembleia Legislativa, pois eles são o grande incentivador desse evento desse evento, por meio do deputado e autor da lei da guavira. Muito importante nosso Estado estar divulgando esse fruto bem conhecido aqui. A Bioeconomia é uma realidade.Todos aqui reunidos difundindo tecnologia, gerando renda, valorizando nossa identidade cultural", elogiou.
Entre as autoridades estavam Humberto de Mello Pereira, secretário Executivo de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais de Mato Grosso do Sul (Semadesc); Lia Brambila, pró-reitora de Extensão, Cultura e Esporte da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Alzira Menegatti, representando a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a professora Zilda Holsback, da UEMS e Andréa Serafim, da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul Fundect.
Seminário
O Seminário Estadual da Guavira é um evento anual que tem o objetivo de criar um ambiente de discussão referente às ações para fomentar atividades relacionadas à guavira. Gastronomia, turismo, cultura, pesquisa, inovação, produtos artesanais, renda para comunidades, extrativismo sustentável, geração de novos produtos à base de guavira. A Lei 5.082/2017 foi o motivo da realização dos seminários