Está mais caro pedir crédito no Brasil em 2021. Mesmo com a manutenção da Selic (Taxa Básica de Juros) a 2% ao ano, anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) em janeiro, todas as linhas registraram alta na taxa de juros no primeiro mês do ano.
É o que aponta pesquisa divulgada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) nesta quarta-feira (10).
O levantamento mostra que a taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,05 ponto percentual no mês (1,09 ponto percentual no ano).
O montante correspondente a uma elevação de 0,90% no mês (1,19% em doze meses).
As elevações, segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente de estudos e pesquisas da Anefac, podem ser atribuídas a três fatores:
Aumento dos juros futuros;
• Expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior; e
• Provável elevação dos índices de inadimplência.
Oliveira destaca que a probalididade no aumento da inadimplência segue alguns aspectos:
• Fim das carências nos empréstimos (suspensão da pausa e carência nas negociações de dívidas);
• Desemprego elevado;
• Fim do pagamento dos auxílios emergenciais;
• Aumento da inflação e seus efeitos na renda; e
• Maior seletividade dos bancos na concessão de crédito.
CDC
A maior elevação, de 1,52%, foi registrada na linha CDC para o financiamento de veículos. A taxa passou de 1,32% ao mês (17,04% ao ano) para 1,34% ao mês (17,32% ao ano).
É a maior taxa registrada desde agosto de 2020, quando chegou a 1,36% ao mês (17,60 ao ano).
Cheque Especial
A modalidade sofreu uma elevação de 1,14%, passando a taxa de 7,02% ao mês (125,72% ao ano) para 7,10% ao mês (127,76% ao ano).
A taxa é a maior desde junho do ano passado quando atingiu 7,11% ao mês (128,01% ao
ano).
Cartão de crédito
Linha subiu taxa em 1,08%, passando de 11,07% ao mês (252,50% ao
ano) para 11,19% ao mês (257,10% ao ano).
A taxa é a maior desde abril de 2020 quando estava em 11,20% ao mês (257,48% ao ano).
Houve alta de 1,27%, passando de 3,14% ao mês (44,92% ao ano) para 3,18% ao mês (45,59% ao ano).
É a maior desde junho do ano passado. Na ocasião, a taxa 3,21% ao mês (46,10% ao ano).
Empréstimo pessoal nas financeiras
A elevação da taxa na modalidade foi de 0,65%, passando de 6,17% ao mês (105,13% ao ano) em dezembro/2020, para 6,21% ao mês (106,06% ao ano) em janeiro de 2021.
É a maior desde junho de 2020 quando era 6,24% ao mês (106,76% ao ano).
Comércio
A alta foi de 0,43%, passando de 4,64% ao mês (72,33% ao ano) para 4,66% ao mês ( 72,73% ao ano). A taxa é a maior desde agosto do ano passado: 4,68% (ao mês) e 73,13% (ao
ano).
A pesquisa aponta que se considerarmos todas as elevações e reduções da Selic promovidas pelo Banco Central de março de 2013 a janeiro deste ano, houve uma redução 5,50 pontos percentuais (72,41%) na taxa básica de juros.
No período, a Selic foi de 7,25% para 2% ao ano.
Em contrapartida, a taxa de juros média para pessoa física sofreu uma elevação de 4,54 pontos percentuais (5,16%) no mesmo período, passando de 87,97% ao ano para 92,51% ao ano.
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